Clássicos voltam às telas

Para quem gosta de assistir aos clássicos do cinema, o bom e velho DVD, ou aquelas exibições “Cult” de alguns canais, não serão mais as únicas opções.  Filmes como Pulp Fiction (1994), Laranja mecânica (1971) e Bonequinha de luxo (1961) estarão em cartaz novamente, dessa vez em alta definição.

A rede de cinemas Cinemark apresenta uma série de exibições ao preço de R$7 (meia) e R$14 (inteira). A programação faz parte do “Clássicos Cinemark” e acontece em vários locais do país, com os seguintes horários: sábados (23:55), domingos (12:30) e às quartas-feiras (19:30).

Laranja Mecânica, 1971.

Laranja mecânica, 1971 (Foto: Reprodução).

Para a próxima edição, a rede estuda a exibição dos longas O Poderoso Chefão, Forrest Gump: O Contador de Histórias, Império do Sol, entre outros.

Confira a programação da mostra Clássicos:

Taxi Driver (1976): 31/5, 1 e 4/6;
Pulp Fiction (1994): 7, 8 e 11/6;
Laranja mecânica (1971): 14, 15 e 18/6;
Os embalos de sábado à noite (1977): 21, 22 e 25/6;
Grease: Nos tempos da brilhantina: 28 e 29/6 e 2/7;
Bonequinha de luxo (1961): 5, 6 e 9/7.

“O Alienista” em versão simplificada: erro grotesco ou uma grande sacada?

Nesta última semana um dos assuntos mais discutidos nos veículos culturais é a nova edição de “O Alienista”, de Machado de Assis, que será lançada em junho. O foco em debate trata da linguagem utilizada, adaptada pela escritora Patricia Engel, para um vocabulário mais atual. O projeto contou com o apoio da lei de incentivos fiscais. Há ainda patrocínio para a versão de “A Pata da Gazela”, de José de Alencar.

Machado de Assis (Foto: Reprodução)

Machado de Assis (Foto: Reprodução).

A tiragem de 600 mil exemplares será distribuída, mas nem todos estão de acordo com a novidade. Um dos problemas é detectado pelo especialista em Literatura, João Cezar de Castro, em artigo publicado no site do Estadão/Cultura:

“Por exemplo, Machado escreveu ‘sagacidade’. Pois bem: a equipe coordenada pela escritora ‘traduziu’ o vocábulo para ‘esperteza’. O absurdo do procedimento praticamente dispensa comentários. ‘Esperteza’ evoca o célebre jeitinho brasileiro e seu sentido nada tem a ver com o contexto das quatro ocorrências da palavra na obra”, comenta.

Com a popularização das redes sociais, educadores questionam os impactos da forma abreviada – e muitas vezes errada – pela qual estudantes se comunicam. Esse fato é percebido no dia a dia das salas de aula e nos processos seletivos como vestibulares e ENEM. Fica a pergunta: vale a pena “sacrificar” a riqueza do texto original do autor?

Pelo visto, a discussão está longe de terminar.

Lenine em SG

 

Lenine se apresenta em SG (Foto: Reprodução).

Lenine se apresenta em SG (Foto: Reprodução).

O cantor e compositor Lenine se apresenta em São Gonçalo-RJ no dia 24/05 (sábado), às 19:30. Nascido em Recife, Lenine é conhecido por canções como “Paciência” e “O Silêncio das Estrelas”, além de parcerias com artistas como Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Maria Rita, entre outras.

O evento faz parte do Projeto Encontros Socioambientais – Música e Sustentabilidade numa só nota, patrocinado pela Petrobrás, com apoio da Prefeitura Municipal de São Gonçalo.

Local: Em frente ao Centro Cultural Joaquim Lavoura

Entrada Franca

Classificação: Livre

 

Sucateamento artístico?

Será que estamos “adotando” de vez as manifestações estrangeiras e abandonando o que temos de melhor?

Antes de iniciarmos esse diálogo (pois você está livre para comentar), vamos combinar uma coisa: o termo artista será utilizado como sinônimo de quem produz significado às manifestações culturais, elevando, efetivamente, a arte. “Barulhos” e “ruídos” não fazem parte do nosso raciocínio.

Vamos a algumas reflexões. No dia 20 de março estive no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Fui motivado pelas matérias veiculadas, que enalteciam as obras de Ron Mueck. O australiano de 56 anos só não fez chover. Quase todo mundo deu uma olhada nas peças expostas. E valeu a pena. Gostei, tirei fotos, postei no Face. Mueck, como muitos outros artistas estrangeiros, merece o espaço e o carinho do público.

Falemos sobre outro nome: Renato Russo. O líder da Legião Urbana completaria 54 anos em 2014. Site lançado e muitas lembranças nas redes sociais. O primeiro semestre também marcou a volta da Rádio Cidade e matou a saudade de milhares de fãs, carentes de um veículo exclusivamente roqueiro. O mês de maio chegou com os 20 anos sem outro artista: Ayrton Senna. Sim, ele mostrou que pilotar é uma arte.

Mas qual a ligação entre Ron Mueck, Renato Russo, Rádio Cidade e Senna neste texto? Se perguntarmos quem conhecia o australiano antes da exposição do MAM, quantos levantarão a mão? Aí mora a questão central da nossa discussão: será que não estamos abraçando bem apertado os ícones estrangeiros e abandonando, ou melhor, sucateando os “desconhecidos” e “conhecidos” artistas nacionais? Será que estamos vivendo apenas de lembranças de ícones consagrados?

Por que os eventos culturais – e aí entram música, teatro, museus, bibliotecas, feiras – produzidos com suor de poucos colaboradores são tão pouco visitados? Tem muita coisa boa que não sai nos jornais. Artistas não midiáticos, escultores pouco conhecidos, eventos interessantes, bandas com som de qualidade, atores que não entram em cena antes e depois do “plim-plim”. Gente que recebe pouco e faz muito.

 

Valorização dos artistas brasileiros: eles têm o reconhecimento que merecem? (Foto: Reprodução)

Valorização dos artistas brasileiros: eles têm o reconhecimento que merecem? (Foto: Reprodução)

Há bastante a usufruir culturalmente em verde e amarelo. Onde estão as últimas músicas do Ivan Lins, Guilherme Arantes, e tantos outros? Nas rádios, dificilmente. Onde estão as peças de teatro no seu bairro? Os museus? Bibliotecas? Exposições? Aqui temos muitas perguntas e poucas respostas concretas.

Em todas as esferas, de todas as formas, brotam bons espetáculos. Com grande ou parca propaganda, nossos artistas merecem mais. Ou correm o risco de se tornearem sucata, não por eles, mas por nós.