Revitalizada, Travessa Espírito Santo se consolida como espaço para manifestações culturais na cidade.
Por Thiago Cirne
Quem visita a praça central do município de Itaboraí, região metropolitana do Rio, tem os olhares atraídos pelo colorido dos guarda-chuvas (ao estilo Penedo) na pequena Travessa Espírito Santo, localizada ao lado da Igreja Matriz São João Batista.
O espaço, revitalizado recentemente, e que serve como cenário concorrido para fotos nas redes sociais, guarda muito da história do município – foi a primeira rua com calçamento e importante ponto de embarque para cidades vizinhas. Hoje, abriga uma geração de novos artistas locais.
Um painel de grafite produzido pela itaboraiense Camila Sentinelli é a porta de entrada para uma experiência cultural que reforça laços com a música e diversas outras atividades que acontecem no espaço.
O músico e produtor cultural Alex Costa ressalta a importância da revitalização do “Beco”, como também é conhecida a travessa. “Comecei a frequentar a Travessa durante a minha adolescência porque era lá que a cena musical da cidade se encontrava. Além de me apresentar e frequentar, depois de um tempo comecei a produzir shows por lá. O Beco é especial na carreira de muitos artistas e também do público”.
Alex Costa também conta sobre como o local tem passado por uma fase de transformações nos últimos anos: “Tempos atrás o Beco era um lugar malvisto e, até mesmo, evitado pelas pessoas por conta da falta de segurança. Depois de muitos anos de descaso aos poucos toda a resistência dos artistas começou a dar resultado e o Beco voltou a chamar a atenção do poder público. A atual administração da Prefeitura entendeu que o investimento seria mínimo, perante o retorno que a Travessa e a história da cidade ganhariam em troca”.
O escritor Saulo Florentino reforça a veia artística da travessa ao destacar que ela respira cultura alternativa como espaço urbano. “Já tive a oportunidade de produzir alguns eventos no local, me apresentar nos tempos de músico e já vi também grandes apresentações acontecendo em suas estreitas vielas. Com essa renovação a travessa ganhou novos comércios e novos frequentadores, mas uma coisa nunca muda, a cultura e seus artistas continuam pulsando nas veias da Travessa”, relata.
A visibilidade para a realidade artística local é um dos fatores comemorados na atual fase do Beco. “Os bares e o poder público promovem frequentemente ações e projetos culturais exclusivamente com artistas da cidade, desenvolvendo ainda mais o DNA cultural e alternativo do beco”, completa Florentino.